segunda-feira, 29 de junho de 2015

Há 10 anos o Santo André participava pela 1ª vez da Libertadores

Por Breno Benedito
(edição final:Fernando Richter) 
 
 
O futebol definitivamente é cheio de surpresas.
 
Não foram poucas as vezes em que a zebra falou mais alto e deixou o torcedor de queixo caído.
 
A Copa do Brasil é um grande exemplo de times que podem surpreender. Um campeonato de tiro curto que permite façanhas incríveis. 
 
E foi exatamente nesse cenário que, há 10 anos (2004), o Santo André calou um Maracanã lotado ao vencer o Flamengo, franco favorito ao título. 
 
A conquista permitiu que o clube da região do Grande ABC disputasse, no ano seguinte, pela primeira vez em sua história, a tão temida e respeitada Libertadores da América.
 
Até então, o clube jamais havia competido em um torneio continental.
 
Para relembrar esse momento, conversei com o lateral-direito Dedimar, um dos destaques da equipe nessa fase tão importante para o Santo André.
 
“Com certeza foi um momento muito maravilhoso na minha carreira, não apenas pelo fato de disputar a tão sonhada Libertadores da América, mas também por vencer o grande Flamengo em pleno Maracanã, um ano antes, na Copa do Brasil”, comenta Dedimar.
 
 “Essa fase incrível jamais esquecerei. Ficará eternamente na minha memória e na história do clube. Pra todos nos é um motivo de orgulho”. 
 
Obviamente chegar a uma Libertadores exige mais do que talento. É necessário o que chamamos de malandragem do futebol.
 
Atuar diante de equipes sul-americanas nunca foi tarefa fácil para clube nenhum. É preciso conhecer os caminhos certos para chegar ao sucesso (título).
 
Basta ver o Corinthians, que é um dos grandes clubes do Brasil e que levou uma eternidade para conseguir conquistar sua primeira taça.
 
“Faltou um pouco mais de experiência para todos nós. A gente não sabia como se comportar dentro da competição, que é completamente diferente a tudo que se disputa aqui no Brasil”, disse o lateral. 
 
E cá entre nós, a missão do Santo André não foi das mais fáceis. O clube do grande ABC caiu no grupo 4, que tinha Cerro Porteño (PAR), Palmeiras e o Deportivo Tachira (Ven).
 
A estreia foi fora de casa, contra o Deportivo Tachira, e logo na primeira partida uma derrota por 1 a 0. 
 
Depois uma boa sequência de resultados, com dois empates - 2 a 2 contra o Cerro Porteño, 1 a 1 contra o Palmeiras. 
 
No retorno, iniciou com uma vitória sobre o Verdão, por 2 a 1, mas logo em seguida caiu diante do Cerro, pelo mesmo 1 a 0. Para encerrar a participação na competição, emplacou uma bela vitória sobre o Deportivo Tachira, por 6 a 0.
 
"Ficou uma pontinha de frustração por não atingirmos o nosso objetivo, que era a classificação para a segunda fase da competição. Mas ao mesmo tempo nos enche de orgulho por saber que por muito pouco não tiramos o Palmeiras na nossa primeira participação no torneio”, diz.
 
Aliás, esse duelo com o Palmeiras tem deu o que falar.
 
Em 2004, pela Copa do Brasil, as duas equipes fizeram dois grandes jogos, com 14 gols.
 
A primeira partida aconteceu no ABC, com um empate por 3 a 3. Já no retorno, no Palestra Itália, outro empate, dessa vez por 4 a 4, o que rendeu a classificação ao Santo André, por marcar mais gols fora de casa do que o Palmeiras.
 
Dedidar relembra esses jogos com o Palmeiras, tanto pela Copa do Brasil como pela Libertadores, como se tivessem acontecido ontem.
 
“Foram momentos diferentes, mas que acirraram bastante os duelos na Libertadores, que com certeza foram partidas ainda mais disputadas. De certa forma fomos uma pedra no sapato do Palmeiras, sempre aprontando”, comenta Dedimar. 
 
“A gente se entregou de corpo e alma ao time. Todos estavam na torcida e apoiando. Quando vencemos o Flamengo, na Copa do Brasil, a festa parecia de Copa do Mundo na cidade. Jamais esquecerei esse momento.”
 
Atualmente o Santo André disputa a Série A2 do Campeonato Paulista.

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