sábado, 10 de maio de 2014

Mais um "Majestoso" no Dia das Mães

 
11 de maio de 2014: um domingo em que se comemora o tão merecido Dia das Mães. A pessoa mais importante na vida de todos. A pessoa que nos deu a oportunidade de estarmos no mundo, além de ser a responsável por nos ensinar os bons costumes, nos educar e nos dar todo o amor e carinho. 
 
Mas também é dia de clássico entre São Paulo e Corinthians, o famoso "Majestoso", em partida válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Independentemente da rivalidade que existe, essa será uma partida pra lá de importante para as duas equipes, que precisam somar o máximo de pontos antes da paralisação da competição para a Copa do Mundo, que inicia no dia 12 de junho.
 
Coincidentemente, em 1998, também um domingo de homenagens às mães, as duas equipes se enfrentavam no estádio do Morumbi, dessa vez em jogo eletrizante valendo o título do Campeonato Paulista. À época, tanto São Paulo quanto Corinthians tinham planteis inquestionáveis, com jogadores que de fato vestiam a camisa de seus clubes.
 
Pelo Corinthians, Gamarra, Vampeta, Rincón e Marcelinho Carioca eram os grandes craques do time. Já pelo São Paulo, Rogério Ceni, Denílson, França e Márcio Santos despontavam como destaques da competição, além de uma grande atração que vinha da Europa. 
 
Eu, um são-paulino apaixonado - e não fanático -, fiz todo esforço necessário para assistir à essa partida, principalmente pela tal "atração" prometida. No sábado que antecedeu o clássico, cheguei bem cedo no estádio que seria palco do confronto para comprar o meu ingresso. A fila era enorme e a desorganização, como sempre, quase me fez desistir. Mas suportei as três horas e meia de espera e garanti minha entrada. Já no domingo, almocei com a minha mãe, dei aquele grande abraço pelo seu dia, pedi desculpas por ter de deixa-la tão rápido, às pressas, e fui para o Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Estádio do Morumbi. Todo o esforço foi válido.
 
Um dos maiores ídolos do São Paulo, o grande craque Raí, bicampeão da Libertadores da América (92-93) e campeão do Mundo (1992) pelo tricolor paulista, estava de volta ao clube que o projetou para o futebol mundial. Raí retornava da França depois de 5 anos atuando em alto nível pelo Paris Saint Germain.
 
A expectativa de ver o ídolo era imensa. Havia uma mistura de ansiedade e receio. Sim, receio porque o São Paulo perdeu a primeira partida da final por 2 a 1 e o Corinthians jogava por um empate. Ou seja, somente a vitória interessava ao tricolor. 
 
O coração bateu mais forte quando o placar eletrônico, ao informar a escalação do clube da casa, anunciou a presença de Raí no time titular. O estádio explodiu em festa. Fogos de artifício estouravam enquanto os torcedores cantavam sem parar: "Raí, Raí, o terror do Morumbi". O coro se repetia a cada toque que o ídolo dava na bola. Era uma coisa de louco. Eu me sentia novamente no inicio dos anos 1990, na qual o São Paulo vivia um dos momentos mais marcantes sua história, a "era Telê", que contou, além de Raí, com grandes craques como Zetti, Muller, Palhinha, Cerezo, Leonardo e etc. Sem contar os prodígios do expressinho como Caio, Pavão, Jamelli, Denílson, entre outros. (que saudade, diga-se de passagem) 
 
Infelizmente eu estava num local ruim para assistir o jogo, com a visibilidade limitada do campo. Fiquei, junto com meu irmão Fabio, na arquibancada "geral", localizada atrás do gol de Rogério Ceni na etapa inicial. O tricolor abriu o placar aos 30 minutos do primeiro tempo. Quase não consegui ver a bola entrar, apenas a rede mexer e a arquibancada explodir. Uma loucura. Loucura que aumentou quando, novamente, o placar eletrônico anunciava o nome "Raí". Sim, o primeiro gol foi dele. O grande ídolo, que acabara de retornar ao clube do coração, dava esse presentão para a torcida das três cores.
 
No segundo tempo, o São Paulo foi visivelmente superior ao rival Corinthians. O toque de bola envolvente havia ganhado ainda mais qualidade, que era uma característica de Raí desde os velhos tempos de tricolor. Além dele, Denílson e França também brilharam. No segundo tempo, fizeram um gol cada, fechando a conta para tricolor do Morumbi. O Corinthians ainda descontou com Didi, no finalzinho da partida, mas sem chance de evitar que o título ficasse para os donos da casa.
 
A diretoria do São Paulo havia preparado uma festa incrível para o time. A queima de fogos durou alguns minutos, mas pareciam a eternidade. Fiz questão de correr até a direção onde fica o escudo do clube, na direção do centro estádio, para ver Raí comemorar com a torcida. Foi bonito demais. Muita emoção. Vai ficar para sempre na história do futebol e guardado a sete chaves na minha memória.          
 
Na partida desse domingo a situação é bem diferente. Não há disputa de títulos nem muito menos veremos dois grandes times no que diz respeito a elenco. São dois times que não inspiram a menor emoção. Aliás, vale lembrar que, por questões de contrato, os melhores jogadores de cada equipe, ou pelo menos os que poderiam dar alguma emoção ao clássico, motivados por terem trocado de um clube para o outro, não vão jogar. Refiro-me a Pato e Jadson, que deixaram seus clubes para defender as cores adversárias.
 
Que seja, ao menos, um jogo sem violência e sem baixarias entre os cartolas dos dois clubes, que por sinal já protagonizaram muitas brigas infantis. Se assim for, já é alguma coisa.


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