quinta-feira, 1 de maio de 2014

20 anos sem Senna: Ele será o eterno Herói

Já faz certo tempo que não tiro alguns minutos do meu tempo para escrever por aqui. Tenho programado isso há algum tempo, mas confesso que minha rotina anda pra lá de agitada, o que me impossibilita de escrever.

Hoje, no entanto, é um dia que não pode se passar em branco. E, embora o assunto não seja futebol, que é o foco desse blog, resolvi expor o que ando sentindo no meu coração nos últimos dias. Trata-se de um amor de fã para ídolo que parece aumentar cada vez que seu nome é ovacionado ou simplesmente mencionado.

É claro que estou me referindo a Ayrton Senna da Silva, o maior ídolo que o nosso País já teve e talvez o maior piloto da história da Fórmula 1 de todos os tempos. É também o nosso último grande herói.

Hoje, 1 de maio de 2014, completa-se 20 anos da morte de Senna, que nos deixou em um fatídico acidente na curva Tamburello do Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália. Um dia que dificilmente sairá da mente dos brasileiros e dos apreciadores de automobilismo no mundo todo.

De lá para cá, muita coisa aconteceu no esporte brasileiro. A seleção brasileira de futebol conquistou duas Copas do Mundo, a seleção de vôlei levantou o troféu em diversas competições, surgiu o grande Gustavo Kuerten (Guga), tenista que devolveu a honra aos brasileiros perante o mundo, a família Gracie se tornou referência no Jiu-Jitsu ao conquistar as primeiras edições do Ultimate Fighting Chanpionship e, anos mais tarde, caras como Anderson Silva, Victor Belfort, José Aldo, Junior Cigano, entre outros, também figuraram entre os maiores campeões do mundo. Mas o fato é que nenhum tinha o carisma, a dedicação, a concentração, a vontade, a garra e o amor pelo País como Ayrton.

O canal Sportv, das organizações Globo, dedica o dia inteiro de programação ao grande piloto. aliás, parabéns à Sportv pela grande ideia. E eu, grande fã do "mito" que sou, acordei cedo para conferir o que o canal preparou para os fãs da "lenda". Confesso que minha vontade era nem sair de casa, para não perder um só minuto de Ayrton Senna.

Quando Senna morreu, em 1994, eu tinha apenas 11 anos. Mas eu não perdia uma só corrida dele. Esperava ansioso para vê-lo correr e dar show. As manhã de domingo com ele nas pistas era sinal se emoção garantida. Sempre tinha uma surpresa boa que me deixava muito feliz. Mais do que isso, Senna sempre conseguia, indiretamente, arrancar alguma lágrima dos meus olhos. Ele vencia, a música (tema da vitória) subia e a lágrima caia, ou pelo menos ameaçava cair.

20 anos se passaram e essa sensação de emoção absoluta continua. Qualquer menção ao nome dele me causa frio na barriga. O embargo na voz e o olho lacrimejando são inevitáveis. Não consigo controlar. Parece até que tudo aconteceu ontem: as vitórias, as polêmicas, as comemorações e até a morte dele. Coisa louca.

Hoje tive o enorme prazer de rever algumas das principais atuações de Senna na Fórmula 1, que foram reprisadas no canal Sportv. Algumas que, para ser sincero, eu sequer lembrava. Parecia tão real, tão atual. A vitória de Senna em Interlagos, em 1991, por exemplo, foi incrível. E essa é uma das que me lembro bem, passo a passo. Ele fez algo impossível. venceu a corrida debaixo de chuva e utilizando apenas a sexta marcha. Ou seja, operou um milagre.

Mas o que realmente me fez cair no choro hoje, foi rever a vitória dele no Grand Prêmio do Japão, em Suzuka, em 1988. Tratava-se da penúltima corrida do campeonato e somente a vitória interessava a Ayrton, que disputava o título com o então bicampeão Alain Prost. Senna havia chegado recentemente à McLaren, escuderia do seu oponente, mas mostrou que não estava lá para brincar ou até mesmo para abaixar a guarda para Prost.

Senna havia conquistado a pole position (primeira posição no grid de largada). Logo em seguida, na segunda posição, estava seu rival Alain Prost. Com os dois melhores pilotos nas primeiras colocações a emoção já era de se esperar. O que não estava no script dessa corrida é que Senna teria uma terrível largada, mas um final fantástico.

Assim que foi dada a largada, o carro de Senna sofreu uma pane e, de repente, parou. Tudo o que Prost precisava para assumir a ponta e tentar o título mundial. Quando o carro do brasileiro resolveu andar, Senna já ocupava a 16ª posição. Nesse momento, a diferença de Prost para Senna era de 17 segundos, o que é muito tempo quando se trata de carros de Fórmula 1.

Mas é aí que Senna mostra sua diferença sobre qualquer outro piloto da história desse esporte. Já na segunda volta, Senna despontava entre os oito primeiros carros, diminuindo sua diferença para 7 segundos em relação ao francês.

Inacreditavelmente, Senna foi ultrapassando um a um de forma incrível. Parecia que só tinha ele na pista. E já na 19ª volta, Senna assumia a 2ª colocação, bem próximo do carro de Prost, pressionando-o, fazendo com que o francês tentasse aumentar seu ritmo. Mas era praticamente impossível se afastar de Senna.

Imaginem o desespero de Prost, o então bicampeão, tratado pela imprensa e pela organização da competição como o "piloto a ser batido", ao olhar para seu retrovisor e ver um garoto determinado e que exalava fome de vitória. eu duvido que Prost não estremeceu as pernas...

Na 27ª volta, Prost não conseguiu segurar Senna. O piloto francês é atrapalhado por um retardatário e entra lento na reta. Senna aproveita para tentar a ultrapassagem por dentro. Prost até tenta pressioná-lo contra o muro, mas não adianta, porque Ayrton assume, de forma brilhante, a ponta. Assim foi até o final da corrida.
 
O nosso ídolo brasileiro caiu no choro ao cruzar a linha de chegada e ver a bandeira quadriculada. Quem é que consegue segurar a emoção vendo Senna tão emocionado? Eu não consegui. chorei feito criança.
 
Fonte: Portal Grande Prêmio
 
 
A vitória fantástica em Suzuka rendeu ao piloto brasileiro o seu primeiro mundial na F-1. Foi a abertura para uma carreira maravilhosa, embora curta. Senna ainda conquistou os títulos de 89 e 91, e caminhava para conquistar mais uma competição mundial, em 1994. No entanto, o destino reservou um final diferente do que todos esperavam. A estrela perdeu seu brilho no Terra, mas sem dúvida iluminou o céu.
 
Senna se foi fisicamente, mas continua muito vivo no coração dos brasileiros. Eu, particularmente, não o esqueço. Sou um dos grandes fãs desse campeão. É, sem dúvida, o meu grande ídolo, o meu eterno herói.
 
Obrigado, Senna.
#SennaSempre
 
Capacete do Ayrton Senna em exposição de homenagem ao piloto, no Shopping Vila Lobos
 
Capacete do Ayrton Senna em exposição de homenagem ao piloto, no Shopping Vila Lobos


 
 


 
 
 

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