sábado, 6 de abril de 2013

Pode até vencer o Galo, mas não merece a classificação

Depois do péssimo resultado do São Paulo diante do The Strongest, da Bolívia, em partida válida pela Taça Libertadores da América, fiz um desabafo nas redes sociais que geram comentários distintos por parte de torcedores são-paulinos. Houve quem concordou e até aproveitou para dar o seu pitaco, mas também teve aqueles que ficaram chateados comigo.
 
Tudo porque eu fiz duras declarações de insatisfação com a postura da equipe nos últimos anos. Há tempos, desde o final de 2008, quando o São Paulo tinha um técnico de verdade e conquistou o terceiro campeonato Brasileiro consecutivo, que o clube não comemora nenhum campeonato expressivo. Venceu uma Copa Sul-Americana que, com todo o respeito, não representa absolutamente nada.
 
Meu coração é tricolor, sempre foi, e nunca fiz questão de esconder isso aqui neste blog dedicado ao futebol. No entanto, não é porque tenho um clube do coração que vou poupá-lo de possíveis críticas quando necessário.
 
Por uma decisão arbitrária do presidente Juvenal Juvêncio, que mais parece um líder ditador, o técnico Muricy Ramalho foi demitido do cargo porque não conseguiu êxito na competição intercontinental. A partir disso, o clube do Morumbi iniciou sua caminhada para uma fase terrível.
 
De lá para cá passaram-se pelo clube seis treinadores (Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegianni, Adilson Batista, Émerson Leão), mas nenhum deles conseguiu estabelecer um padrão de jogo adequado a ponto de acabar com a má fase. Pelo contrário. Em 2010 fez uma campanha mediana no Campeonato Brasileiro e ficou fora da Libertadores do ano seguinte. O mesmo aconteceu em 2011 e, por conta de outra campanha pífia, ficou de fora da competição intercontinental em 2012.
 
A diretoria até que apostou em alguns reforços. Trouxe Jadson, Cortês, promoveu Lucas, que pertencia à base, e gastou cerca de 20 milhões de reais para repatriar Luis Fabiano, que se mostrou disposto a retornar ao Brasil e defender o clube das três cores. Emerson Leão, até então treinador da equipe, perdeu o comando e arrumou confusões nos bastidores, o que resultou na sua demissão.
 
Não havia opções de treinadores renomados no mercado. Porém, por conta de uma campanha brilhante com a seleção Brasileira, quando conquistou o Mundial Sub-20, em 2011, Ney Franco foi contratado para assumir o São Paulo. Pouco depois chegou Paulo Henrique Ganso, que passou um longo tempo se recuperando de uma lesão até estrear com a camisa tricolor.
 
Obviamente a equipe mostrou reação. O novo treinador até conseguiu resultados importantes e melhorou a postura da equipe dentro de campo. Por determinado momento cheguei a pensar que as coisas realmente mudariam de figura. A conquista da Sul-Americana (2012), o bom início no campeonato Paulista e classificação na pré-Libertadores davam indícios de que Ney Franco havia conseguido colocar o time na linha.
 
Foram apenas indícios. Nada foi suficiente para engrenar. O São Paulo vive um tremendo "altos e baixos". Pelo Campeonato Paulista, segue líder com um jogo a menos. No entanto, pela Libertadores, a equipe jogou cinco vezes e venceu apenas uma partida. Para conseguir a classificação para a segunda fase precisa vencer a melhor equipe da competição, o Atlético-MG, e torcer por um resultado favorável ao Arsenal, da Argentina, diante do The Strongest, da Bolívia. Ou seja, é uma missão praticamente impossível.
 
Claro que em futebol tudo é possível. Já vi muitas reviravoltas inacreditáveis. Mas o fato é que o São Paulo é um time que não tem brilho, não causa suspiros ao torcedor, não traz emoção, não encanta, sequer demonstra vontade de vencer. Na minha opinião (como torcedor são-paulino), o clube não merece a classificação. Ainda sou do tipo romântico que concorda com as palavras de Telê Santana: "Prefiro que a minha equipe perca jogando bem do que vença jogando mal"

Um comentário:

Anônimo disse...

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