quinta-feira, 22 de março de 2012

Pega leve, Treze...

Foto: GloboEsporte.com
É no mínimo "muito exagerada" a forma como estão conduzindo o futuro do meia Léo Rocha, do Treze da Paraíba, após perder o pênalti que eliminou sua equipe da Copa do Brasil.

Para quem não sabe, o Treze foi ao Rio de Janeiro encarar o Botafogo, no estádio Engenhão, e conseguiu arrancar um empate que deu direito a decidir a vaga nos pênaltis.

Logo na primeira cobrança os visitantes não converteram. Começaram mal.

Mas a esperança de seguir à frente na competição voltou com as duas defesas do goleiro Beto, que por sinal foi destaque da equipe paraibana durante o tempo normal.

Aí ficou nos pés de Léo Rocha. Se o meia marcasse, os "penais" dariam sequência em cobranças alternadas. Caso contrário, estava decretada a classificação da equipe carioca.

É verdade que numa decisão por pênaltis, tratando-se de uma chance talvez única para uma equipe pequena, que pouco aparece no cenário esportivo, a concentração e o comprometimento devem ser redobradas.

Se até o Loco Abreu entendeu que não havia clima para arriscar algo inusitado - vale lembrar que ele é considerado o especialista no que diz respeito a gols por pênaltis -, era sinal de que o jeito é simplificar.

E foi exatamente o que faltou para Léo: "simplificar".

Botou a mão na cintura, olhou para o goleiro Jéfferson, que quando abre os braços parece que vai abraçar as traves, correu como quem iria soltar o pé numa pancada daquelas e, de repente, vem o chute...

Num ato infeliz, num momento infeliz, e de forma infeliz, Léo Rocha tentou enganar o guarda-metas botafoguense com uma "meia-cavadinha" e se deu mal.

"Pelota" na mão de Jefferson e desclassificação do Treze-PB. Tristeza em dobro para o meia que passou a ser o grande vilão do duelo.

A hostilidade para com o atleta já começou dentro de campo, quando o goleiro e alguns jogadores do Botafogo correram imediatamente em direção ao oponente para massacrá-lo em palavras.

Tenho certeza que esse já foi o primeiro grande castigo ao atleta que, perante a todo público, incluindo o da televisão, assistiram ao vexame. Aposto que a vontade dele era cavar um buraco na grama e esconder o rosto.

Mas o pior ainda estava por vir.

Bastou descer as escadas que dão acesso aos vestiários para que o treinador de goleiros e o gerente de futebol do clube de Campina Grande iniciassem outro bombardeio sobre o jogador.

Se fosse no meu time, certamente eu não ficaria quieto. Não acho justo que um jogador coloque todo um trabalho a perder por um ato, digamos, de irresponsabilidade.

Ele tomaria um gancho e uma multinha "daquelas" para ficar mais esperto.

Mas o Treze foi além.

Julgou sumariamente o garoto, sem direito à defesa, como se ele fosse um assassino, um exterminador, um monstro, enfim, foi DEMITIDO.

Já vi tanto jogador brucutu arrebentando perna de adversário, cuspindo na cara de árbitro, ou chutando a bola de propósito para a arquibancada quando time estava perdendo e nem assim foi punido.

No São Paulo, por exemplo, Dagoberto fez coisas tão piores do que um pênalti não convertido e durou tanto tempo no clube. E o Adriano na Itália quando sequer comparecia aos treinos? Alguém se lembra dos elementos que chegavam bêbados no Corinthians e dormiam nas macas, debaixo das arquibancadas da Fazendinha - Sr. Gustavo Neri sabe do que estou falando? Pois é...

É obvio que Léo pisou na bola. Ele não poderia "arriscar" numa decisão tão importante. Mas vocês já imaginaram se, por ventura, o goleiro cai para o lado contrário? Simplesmente Léo estamparia as capas dos jornais como "um jogador frio", que "mostrou maturidade".  

Enfim, na minha opinião, sem curto e grosso, pegaram pesado com o jogador. Ponto final.


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