segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jornalismo Vs Paixão: Onde vai parar?

Muito me preocupapa a atitude de alguns jornalistas esportivos que deixam o coração falar mais alto.

Isso é grave.

Depois da vitória do Corinthians sobre o Figueirense, que levou a equipe paulista a precisar apenas de um simples empate para levantar o caneco, alguns profissionais do jornalismo fizeram comentários desnecessários e reacendem questões polêmicas que não fazem sentido a essa altura do campeonato.

Oras, o que eles estão querendo com isso? Estragar o que ainda existe de bom na profissão?

Num determinado programa de debates, um repórter conseguiu discutir "sozinho", ou talvez com a câmera que está lhe filmando, sobre o gol do Corinthians que, segundo ele, foi muito questionado por torcedores de outras equipes.

O engraçado é que não vi nada de anormal no gol corintiano. Pelo contrário, na minha opinião foi gol legítimo, sem nenhuma sombra de dúvida.

Parece que alguns profissionais da comunicação, por não conseguirem separar o trabalho do coração, encontram alternativas para levantar/criar assuntos que na verdade eles gostariam que tivesse existido.

Tudo para justificar a forma como eles tratam do time do coração. 

O que poderia ter sido dito, e isso não foi colocado em pauta em momento algum, é que o "Figueira" foi extremamente superior na etapa inicial da partida. 


Porém, dificilmente ouviremos isso da bocas desses apaixonados. Eles não têm a capacidade de elogiar, quando necessário, o arquirival. Não conseguem esconder o amor pelo clube do coração e se deixam levar pela emoção.

Um deles, se bem que esse sequer podemos chamá-lo de jornalista, pois realmente não é sua profissão, chegou a ficar vermelho de raiva depois que a apresentadora do programa discordou de uma opinião.

Esses fanáticos que têm o poder de falar ao público estão transformando o jornalismo esportivo em algo fútil, sem graça, de baixa cultura, ou seja, em algo que não contribui em nada a nossas vidas. Isso realmente é triste.


Nelson Rodrigues: Exemplo de profissionalismo
 E enquanto vamos perdendo jornalistas que seguem na linha de Nelson Rodrigues, Mário filho, Armando Nogueira, dentre outros craques da profissão, os "fanáticos" e "chulos" vão crescendo e dominando a classe.

Culpa das grandes emissoras que não estão se preocupando com a qualidade. Contratam pessoas desqualificadas para um trabalho que deveria ser visto com mais carinho.


Neste caso, tiro o chapéu para a TV Cultura que possui um jornalista de muita competência e extremamente profissional. Falo de Vladir Lemos, apresentador do programa Cartão Verde.


E que fique claro que não estou dizendo que o jornalista não pode ter time de futebol, religião, partido político, ou sei lá o que mais. Apenas acredito que quando está no campo profissional, o jornalista deve procurar manter o máximo de objetividade e imparcialidade possível. E isso é o que não vejo atualmente.

Assim como Lemos, outro que devemos preservar é Juca Kfouri. É um dos poucos jornalistas que tem seu clube assumido, mas que consegue manter um trabalho mais independente da paixão.


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