terça-feira, 26 de julho de 2011

Telê "Eterno"

Em 2009 fiz um texto, aqui no Papo de Bola, que faço questão de reproduzí-lo. Principalmente porque trata-se de uma homenagem a uma das figuras mais importantes da história do futebol mundial. Vale a pena ler...


Telê "Eterno" 

Em 26 de julho de 1931 nascia, na pequena cidade de Itabirito, Minas Gerais, uma das figuras mais importantes da história do futebol.

Perferição, dedicação e, principalmente, insistência foram características marcantes na carreira de Telê Santana, que o levaram, inclusive, ao rótulo de "Fio de Esperança". Além disso, Telê sempre foi adepto ao futebol bem jogado, bonito de assistir, sem violência, leal. E, decorrente disso, pôde se orgulhar ao receber o Troféu Belfort Duarte, uma premiação aos atletas exemplares em disciplina.

Telê começou como jogador profissional no Itabirense Futebol Clube. Mas se destacou mesmo no Fluminense, no qual marcou 165 gols em 556 jogos. Nada mal para quem jogava na "ponta" - posição extinta no futebol atual.

Depois de uma gloriosa carreira como jogador, Telê se tornou treinador, em 1967, quando assumiu a jovem equipe juvenil do Fluminense. Pela sua competência, bastaram apenas dois anos para o treinador comandar a equipe principal do clube das Laranjeiras. Começava aí uma nova etapa vitoriosa.

Em 1971, voltou a suas origens. Treinando o Atlético-MG, Telê conquistou o primeiro título brasileiro de sua carreira como treinador, aliás também o primeiro título brasileiro do Galo.

Seu ótimo trabalho como técnico o levou ao comando da seleção brasileira de 1982, considerada por muitos a terceira melhor seleção brasileira de todos os tempos - atrás apenas das seleções de 58 e 70. Alguns não concordam e até dizem, com bastante convicção, que a seleção de 82 foi a melhor.

Infelizmente eu não era nascido para vivenciar essa seleção mágica que fazia espetáculo dentro de campo, além de jogar limpo, com lealdade, pois, assim como na época de atleta, Telê não aceitava jogador maldoso e sua postura como técnico era de punição - podendo até ser expulso da equipe - para aquele que agisse indisciplinadamente.

A equipe brasileira de 82 não conseguiu conquistar a Copa da Espanha. O Brasil encontrou uma Itália muito forte, que contava com o craque Paolo Rossi inspirado. Os italianos venceram por 3 a 2.

A pior fase de sua vida foi depois da desclassificação na quartas-de-final para a França de Platini, em 1986, na Copa do México. O técnico passou a ser chamado de "pé-frio", já que por duas vezes, tendo em suas mãos a melhor equipe do mundo, não conseguiu o título para o País.

De fato, perder duas Copas do Mundo estremece a credibilidade. Mas nem sempre o melhor vence. Nem só o trabalho, competência, qualidade, habilidade e concentração constroem uma vitória. Todo jogo é preciso contar com o "fator sorte". Isso é fato.

Em 1990, o técnico assumiu o São Paulo Futebol Clube conquistando 7 grandes títulos, dentre eles, duas Libertadores e dois Mundiais de Clubes (92-93), legitimando sua carreira como treinador de futebol e provando a todos que era o melhor.

Lembro-me de uma frase de Telê a um repórter, durante uma partida do São Paulo, que marcou bastante a minha infância, tratando-se de futebol:

"Se ganhar títulos, como ganhei, é ser pé-frio, então quero ser pé-frio para sempre".

Em 1996, durante um exame de rotina, Telê sofreu uma isquemia cerebral que o afastou dos gramados e, quase dez anos depois, em 21 de abril de 2006, infelizmente, faleceu em Minas Gerais, após ficar quase um mês internado no hospital por complicações no seu estado de saúde.

Perdíamos, definitivamente, o melhor técnico de todos os tempos.

Mesmo assim, a torcida do São Paulo, até hoje, em quase todos os jogos do clube, ovaciona o nome do Mestre:

"Olê, Olê, Olê, Olê... Telê, Telê..."


Telê Santana completaria hoje 80 anos e por isso fica aqui uma homenagem ao técnico/treinador mais importante do futebol brasileiro.


Assista aqui a um vídeo feito por um torcedor do São Paulo em homenagem ao Mestre




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