quinta-feira, 13 de maio de 2010

Enfim, uma apresentação de gala

Há uma semana, tivemos uma partida, válida pela Libertadores, na qual dois grandes clubes brasileiros se enfrentaram. Corinthians e Flamengo protagonizaram um duelo de tirar suspiros dos torcedores.

Ontem, foi a vez de Cruzeiro e São Paulo se encontrarem nas quartas de final do torneio intercontinental num jogo de arrepiar. A cidade de São Paulo parou para assistir a partida que terminou com vitória do São Paulo por 2 a 0, dentro da casa adversária.

Um Mineirão lotado e uma festa maravilhosa da torcida do Cruzeiro iniciaram o espetáculo que estava previsto para acontecer dentro de campo.

Se enganou aquele que pensou que o Cruzeiro dominaria a partida, e eu sou um dos que acreditava numa vitória do Cruzeiro. Não por desacreditar do São Paulo, mas pela campanha e o momento que vive a equipe mineira. O palpite foi dado por questão de lógica.

Aliás, tenho que tomar um cuidado enorme ao falar em lógica dentro do futebol. Esse esporte mostra, a cada jogo, que lógica não existe. Dentro das quatro linhas tudo é possível. O futebol é jogado, é questão de vontade, de querer ser vencedor. Muitas vezes a raça supera a técnica.

Dentro de campo, um jogo eletrizante. O primeiro tempo foi completamente equilibrado, mas o São Paulo teve as melhores chances e foi para o intervalo do jogo já com um gol no placar. Fernandão, estreante - que por sinal fez uma excelente partida, entrando na equipe com o pé direito -, fez um belo passe, de primeira, para Marlos que cruzou para Dagoberto abrir o marcador.

Na segunda etapa, o esperado era ter o Cruzeiro pressionando o São Paulo, e isso aconteceu desde o início. Mas a equipe comandada pelo técnico Ricardo Gomes fez uma marcação impecável, neutralizando os pontos fortes da raposa, Kléber e Thiago Ribeiro, e aproveitando os espaços abertos para contra-atacar. Foi dessa forma que o tricolor chegou ao seu segundo gol. Hernanes lançou Fernandão que, num toque perfeito de calcanhar, voltou para Hernanes que dominou e chutou no canto esquerdo do goleiro Fábio.

Nesse momento, embora naturalmente o tricolor tenha se fechado no seu campo de defesa, a partida continuou equilibrada pelas subidas perigosas da equipe do Morumbi. Sem contar que houve um reforço na marcação quando Jean e Jorge Wagner entraram em campo.

O São Paulo sua melhor partida no ano. Enfrentou uma equipe muito forte e bem preparada. Fez uma marcação perfeita, soube aproveitar, com oportunismo, as chances de gols que apareceram e o mais importante: "vibrou" do começo ao fim. Rogério Ceni fez quatro grandes defesas e Júnior Cesar foi o salvador da pátria. Tirou uma bola em cima da linha. Foi, na minha opinião, o homem do jogo.

Dizem que a equipe que vibra e tem vontade de sair vencedora muitas vezes conta também com o fator sorte. Roger, que entrou no lugar de Gilberto, chutou uma bola que bateu nas duas traves e não entrou, para a alegria da nação tricolor.

LANCES POLEMICOS: Seria praticamente impossível uma partida tão disputada, acirrada, sem nenhum lance que causasse uma discussão. No segundo tempo, Fernandão recebeu lançamento na entrada da grande área e ficou de frente ao gol, mas foi derrubado pelo goleiro Fábio quase na altura da marca do pênalti. A infração não foi marcada porque o auxíliar já havia sinalizado impedimento. Nessa ocasião o São Paulo foi prejudicado pois o atacante tricolor estava em posição legal.

Já o Cruzeiro teve um gol (legal) anulado. O atacante Thiago Ribeiro recebeu uma enfiada de bola na entrada da grande área e bateu forte no ângulo central de Rogério Ceni, mas o auxiliar já havia levantado a bandeira. Dessa vez o prejudicado foi o time da casa.

Vale lembrar que os dois lances foram mal anulados por questão de poucos centimetros, o que não dá para acusar os auxiliares de leviandade.

Fora isso, a partida foi fantástica e o São Paulo sai na frente neste duelo que vale uma vaga nas semifinais da Taça Libertadores da América de 2010. De qualquer forma, é impossível negar que teremos um jogo digno de uma decisão na próxima quarta-feira. Desta vez o palco será o Morumbi, em São Paulo. "Haja coração", como diz Galvão Bueno.

FOTO (1): EFE / site GloboEsporte.com
FOTO (2): EFE / site GloboEsporte.com

Um comentário:

Rafaela Andrade disse...

Não é verdade? Finalmente. São paulino não está acostumado a perder.
Vi seu comentário, vou tentar interagir mais, ando correndo muito. Acabei de atualizar, passa por lá.
Beijos!